Na 6a. feira, 19/08/2011, último capítulo da novela de Gilberto Braga, a carga de energia subiu em TRÊS minutos (das 22h53 às 22h56) 1437 MW. Nos dez minutos após o fim da novela, o aumento foi de 2868 MW. Isso é, segundo o jornal (citando o ONS), equivalente à Bahia inteira se acender ao mesmo tempo.
Este tipo de fenômeno, chamado rampa de carga, ocorre quando um evento mobiliza uma grande parcela da população. Aposto que você já adivinhou quando acontece a maior rampa de carga...lá mesmo...nos jogos do Brasil na Copa do Mundo.
E por que acontece? Durante o evento, o Brasil inteiro está quietinho em frente à TV, o que reduz o consumo. No intervalo do jogo (ou no final da novela), todo mundo retoma suas atividades ao mesmo tempo (abre a geladeira, liga o microondas para fazer uma pipoca, toma banho no chuveiro elétrico se preparando para sair, ...). Já viu o efeito sobre o consumo de energia, não é? Um mega-hiper-super-enorme pico!
O gráfico a seguir ilustra o efeito de uma outra novela das 21h, e a fonte é uma apresentação de Pericles Caria Coutinho, Gerente Executivo de Pré-Operação e Tempo Real Centro do CNOS/COSR-NCO que eu encontrei na internet. A figura mostra o efeito do último capítulo da novela "Caminho das Índias", em 11/09/2009. O pico de carga naquela data foi de 4200 MW em 8 minutos, equivalente ao consumo na região metropolitana do Rio de Janeiro.
A previsão de "picos" de carga como estes é essencial para garantir que o sistema inteiro continue funcionando sem problemas, e que o Brasil não "apague" no meio do jogo ou no fim da novela.
Acho que eu consegui convencer meia dúzia de gatos pingados de que previsão de séries temporais é importantíssimo na prática, não? Se não fosse, todos nós ficaríamos sem luz no intervalo do jogo do Brasil na Copa.
Moral da história - que povinho noveleiro nós somos, hein?
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